domingo, 12 de novembro de 2017

O que seria uma república mesmo?



“República” não é um termo de fácil definição. Como chamar de “república” o país que conhecemos como Coreia do Norte? Pois... leitor desatento, o nome oficial de tal país é REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA DA COREIA. Sim, bem república e ainda por cima bem democrática.

Sabe aquele país que tem medo de democracia, a Venezuela? Pois é, seu nome oficial é REPÚBLICA BOLIVARIANA DA VENEZUELA.

E o que falar de Cuba. Ah, aposto que a vossa excelência esqueceu que o nome oficial do país é... (acertou!!!!!!): REPÚBLICA DE CUBA.

E a REPÚBLICA POPULAR DA CHINA tem como líder Xi Jinping, um líder considerado autoritário. Sim, outra república.

Ah, a China, embora sua constituição de 1982 tenha permitido a criação de outros partidos políticos, é efetivamente um estado de partido único. Alguém seria capaz de adivinhar o nome do partido?

Só pra nós aqui: cê sabe mermo o q é uma Res publica?

Não podemos deixar de mencionar aqui a República Árabe do Egito. Pois é, tal país tem como presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi (mais conhecido como General Sisi). Ele é um militar e político egípcio que desde 2012 é o chefe das Forças Armadas e o ministro da Defesa do país.

Muito bem! O General Sisi tornou-se protagonista em UM GOLPE DE ESTADO QUE DERRUBOU Mohamed Morsi, o PRIMEIRO PRESIDENTE ELEITO DEMOCRATICAMENTE NO EGITO.

Eita, repúblicas danadas!

É só pesquisar por aí!

domingo, 5 de novembro de 2017

E QUANDO ACABOU A ESCRAVIDÃO NO BRASIL?






No Brasil, a primeira tentativa de abolir a escravidão começou, até onde se pode datar, com Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido nos livros de história como o MARQUÊS DE POMBAL (e também como Conde de Oeiras). No caso deste, a abolição era referente à escravidão indígena (isso acontecendo em 1611).

Muita gente associa, erroneamente, escravidão no Brasil ao negro (tão somente). O que acontece é que, no caso dos africanos, já havia um comércio na própria África, organizado pelos próprios africanos (sim, os africanos escravizavam os próprios africanos). Os europeus (que também não eram lá tão bonzinhos assim) aproveitaram que o comércio já estava em pleno funcionamento e trouxeram homens já escravizados para trabalho não-livre nas Américas. (Não, não acho que isto tenha sido justo, mas aconteceu).

A MONARQUIA ACABOU COM A ESCRAVIDÃO DO NEGRO (E CAIU DEPOIS)

Anos depois, e o Brasil já como monarquia, dois políticos tiveram participação decisiva para o fim da escravidão do homem negro do Brasil. Foram eles os políticos liberais Joaquim Nabuco (monarquista) e José do Patrocínio (republicano).

Joaquim Nabuco era um monarquista (e liberal) e radicalmente contra à escravidão. Ele atribuía à escravidão grande responsabilidade pelos problemas da sociedade brasileira na época (e estava certo). No entanto, ele entendia que tudo deveria se dar de forma pacífica (lembrem-se dos movimentos da época) e com a decisão sendo tomada pelo PARLAMENTO BRASILEIRO, seguindo as leis da primeira constituição do Brasil. Joaquim Nabuco, era, indubitavelmente, um excelente exemplo dentro da política brasileira, coisa rara na república (é só pesquisar e comparar).

A FAMÍLIA REAL


Dom Pedro II e a princesa Isabel também eram contra a escravidão, assim como Irineu Evangelista de Sousa (o Visconde de Mauá). Dom Pedro II (a quem costumo chamar de Pedro de Alcântara), era um homem moderno (para além de sua época) e cultíssimo, e sempre foi um abolicionista convicto. A própria família imperial brasileira não tinha escravos. TODOS OS NEGROS ERAM ALFORRIADOS E ASSALARIADOS, EM TODOS IMÓVEIS DA FAMÍLIA.




O FIM DO TRÁFICO NEGREIRO E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, COMO CONHECEMOS NOS LIVROS DE HISTÓRIA, SE DEU MAIS OU MENOS ASSIM:

Lei Eusébio de Queiroz (aprovada em 1850);

Lei do Ventre Livre (1871);

Lei dos Sexagenários (1885);

Lei Áurea (1888) (assinada por Isabel Cristina, Bragança por nascimento e Orleães por casamento)


Como no Brasil sempre imperou um pensamento lento e conservador, ao assinar a lei que “libertou os escravos” (a Lei Áurea), a Princesa regente Isabel praticamente acelerou - mas Dom Pedro II sabia daquele risco - a queda do Império do Brasil.

João Maurício Wanderley (barão de Cotejipe), que já havia sido Presidente do Conselho de Ministros, Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Fazenda, Ministro da Marinha, e Senador à época, declarou, quase que de forma profética:

"A SENHORA ACABOU DE REDIMIR UMA RAÇA E PERDER O TRONO"!


Em 1889, logo após o golpe que proclamou a República (Estados Unidos do Brasil), a família real foi expulsa do Brasil pelo governo que se instalaria como uma verdadeira ditadura positivista (“Ordem e Progresso”). Eis o perigo de defender (e colocar em prática) suas ideias publicamente no Brasil!


domingo, 29 de outubro de 2017

Ferrados? Bem... nem tanto (ainda)



Tem gente dizendo que o Brasil está ferrado. No entanto, acho que é o melhor momento de ensinar a importância de saber separar o Estado de governo(s).

Esta mesma gente acha que o Brasil está ruim porque o PT vai desmoronar de vez (o PSDB já foi) e que agora nenhum político presta - aquela velha justificativa que todos conhecemos e quase ninguém engole mais.

O PT teve a chance de mudar o país, mas a desperdiçou. Fazer o que!? Caíram exatamente no buraco que diziam combater. Não há justificativa para o aparelhamento do Estado Brasileiro (governo é uma coisa, Estado é outra). Não existe "rouba, mas faz". Ninguém tem o direito de roubar dos brasileiros, em nenhuma hipótese.

E o Estado brasileiro? Está indo junto com os partidos que acabaram com ele, exatamente por não termos a divisão.

Os governos poderiam até cair, mas o Estado brasileiro deveria continuar forte e representado. Foi assim que pensaram os suecos, noruegueses, japoneses, britânicos, belgas, espanhóis, holandeses, dinamarqueses, que vivem naquelas monarquias constitucionais parlamentaristas. Os seus cidadãos podem até errar em legitimar governos inúteis que precisam cair, mas seus Estados continuam firmes e bem representados, além de representarem as maiores democracias consolidadas do planeta Terra. (o curioso é que tais países apresentam mais princípios republicanos do que as próprias repúblicas da América Latina).

Se deixarem, os brasileiros terão sua última chance em 2018. Como mudar o país? A primeira coisa a ser feita, acredito eu, é não reelegendo absolutamente NINGUÉM. É possível, mas aí é esperar coragem e sabedoria da nação toda. Opções teremos, isto eu garanto!

O historiador Yuval Noah Harari nos ensina o caminho: "A história é modelada por pequenos grupos de inovadores que olham para a frente e não por massas que olham para trás".


(Não tenha medo de expor suas opiniões. Você é livre para pensar!)

domingo, 22 de outubro de 2017

Já passamos por crises maiores (e superamos todas)




Quem estudou história do Brasil sabe que entre 1830 e 1840, quando o Brasil se chamava Império do Brazil, o país passou por uma longa crise provocada quando o então imperador (e príncipe de vários prostíbulos) Dom Pedro I se mandou para o Reino de Portugal (o motivo vocês devem lembrar), deixando por aqui seu filho primogênito Pedro de Alcântara (Dom Pedro II), de apenas 5 anos de idade.

Durante aquele período (vocês devem saber também) o país quase foi dividido em várias repúblicas - pelo menos em umas 5.

O que pouca gente sabe é que o país conseguiu driblar os problemas porque foi criado um plano estratégico que mantinha o foco no interesse comum da nação. Todo o processo pensado pelos tutores de Pedrinho manteve o país integrado e anos depois estabilizou a economia (Lógico que o crédito maior deve ir para José Bonifácio de Andrada e Silva, um dos maiores brasileiros de todos os tempos, mas a figura de Pedro II é importante pelo simbolismo, pois ele exercia o papel de maior liderança do país e isso era importante para manter o país integrado).

Na década de 1850 o Brasil viveu um boom econômico e se industrializou como nunca tivera feito. Existia uma liberdade nunca antes vista no país (parte graças a Irineu Evangelista de Souza - barão e depois Visconde de Mauá) e o Brasil cresceu como nunca, com suas estradas de ferro, indústrias, escolas e até com a criação do Banco do Brasil.

Como o país saiu da crise? Com liberdade para que pessoas de visão como o Visconde de Mauá (título que ganhou de Dom Pedro II) pudessem empreender e desenvolver suas ideias, que estavam muito além do seu tempo, e com a segurança que os sistemas e formas de governo garantiam, representados na figura do imperador.




domingo, 24 de setembro de 2017

O MUNDO COMO REPRESENTAÇÃO DAQUILO EM QUE OUSAMOS ACREDITAR SER VERDADE



“Antes da invenção da escrita, as histórias estavam confinadas aos limites da capacidade do cérebro humano. Não era possível inventar histórias excessivamente complicadas das quais as pessoas não conseguiam se lembrar. A escrita, porém, subitamente possibilitou a criação de histórias longas e intricadas que eram armazenadas em tabuletas e em papiros, e não em cabeças humanas.” – Yuval Noah Harari
Por Bruno Coriolano

Os humanos surgem na África Oriental, ponto! Talvez este pensamento sirva para que possamos iniciar nossa trajetória curta por meio de pensamentos rapidamente depositados neste espaço em branco, que apenas segue seu curso.

Na verdade, o estudo sobre o homem, ao qual chamarei de Sapiens nas próximas linhas, é muito mais complexo e cheio de reviravoltas do que podemos imaginar. A grosso modo, surgimos por volta de 2,5 milhões de anos, mas não da forma como somos hoje. Não saber sobre nossa real origem nos obriga a fazer uso daquilo que nos separa de qualquer outra espécie: a imaginação. Sim, a capacidade de criar coisas e, mais ainda, de acreditar nelas.

Na visão clássica do estudo da História, somos descendentes de um gênero anterior denominado de Australopithecus, o que significa “macaco do Sul”. No entanto, essa raça, que não tem nada de especial, não evoluiu de forma linear (de A para B, de B para C... até chegar ao Homo Sapiens), como dizem alguns historiadores. Há muitas novas evidências no universo científico que provam que estamos, na verdade, redefinindo nossa história.

O que acontece é que novas descobertas arqueológicas e o aprimoramento na própria investigação cientifica nos leva a uma nova reconstrução da evolução humana. Desconsiderando a corrente de pensamento que acredita que viemos do espaço sideral e em outra forma – possivelmente uma ameba – e continuamos evoluindo até ninguém sabe ainda que forma (e possivelmente não saberemos, pois estaremos mortos), a grosso modo, podemos afirmar que o Homo Rudolfensis (África Oriental), o Homo Erectus (Ásia Oriental) e o Homo Neanderthalensis (Europa e Ásia) também passaram pelo Planeta Terra e eram, na verdade, humanos, como nós, os Sapiens.

Não se propaga mais por aí que, biologicamente falando, eles saíram emprestando genes uns aos outros até que pudéssemos existir. Na verdade, muitas formas humanoides conviveram e inclusive se digladiaram pela própria existência. O que significa que se você pudesse voltar no tempo, possivelmente veria vários seres que lembravam a forma humanoide que temos hoje. Pode até parecer assustador, mas é possivelmente, o cenário mais provável.

De forma simples, o Homo Neanderthalensis surgiu no que hoje conhecemos como Europa e na Ásia Ocidental, ao paço que na ilha de Java, na Indonésia, viveu o Homo Soloensis (Homem do Vale do Solo). Este era muito bem adaptado a vida nos trópicos, portanto já conhecia bem o calor. Eram criaturas nanicas e deram origem ao Homo Floresiensis, que chegavam a uma altura máxima de apenas um metro, o que não os impediam de serem habilidosos na caça de elefantes e de produzir ferramentas de pedra. (Em 2010, os arqueólogos descobriram o que pode ser um irmão do Homo Floresiensis na Sibéria e o nomearam de Homo Denisova).

Como não há espaço para detalhes, temos que deixar claro que vários desses hominídeos habitaram nosso planeta ao mesmo tempo e, portanto, não houve essa evolução linear da espécie humana, como já mencionei. Logo, o Homo Ergaster não deu origem ao Homo Erectus, que também não deu origem ao Homo Neanderthalensis, que jamais deu origem ao Sapiens, ou seja, nossa espécie.

Mas, e se eles conviveram, o que aconteceu com todas essas outras espécies? Por que somente o Sapiens está aqui, dando continuidade à evolução? Um dia o Sapiens também poderá sumir?

A respostas para todas as perguntas podem mexer bastante com as crenças de todos nós, mas foi exatamente isso que fez com que os Sapiens sobrevivessem e as outras espécies não. Primeiro porque nosso cérebro era maior do que o cérebro dos outros hominídeos (ou pelo menos tínhamos uma capacidade que os outros aparentemente não desenvolveram). E isso nos fez desenvolver uma capacidade extraordinária de pensar. Percebemos que podíamos fazer os outros acreditar nas coisas que dizíamos e acreditávamos e, com isso, mobilizarmos vários Sapiens a agir baseado em ideias propagadas.

Existem algumas teorias que tentam explicar o sumiço de outros hominídeos e a ascensão dos Sapiens. Me apegarei na qual mais acredito que é a “teoria da substituição”. Embora a confusão seja grande para explicar, a grosso modo, é mais fácil de digerir, pois não terei que entrar tanto em assunto que não domingo, como genética.
 O que acontece é que sozinha nossa espécie teria sido disseminada, pois o Homo Neanderthalensis era muito mais forte do que o Sapiens. Em uma briga por alimentos, nós levaríamos a pior, se fossemos enfrentar o brutamonte do Homo Neanderthalensis sozinhos – um contra um. Em tal situação, o que possivelmente nos favoreceu foi a capacidade de formar fortes laços sociais por meio do convencimento.

Como temos a capacidade de falar e imaginar coisas, possivelmente convencemos um grupo enorme de Sapiens a criar comunidades e enfrentar/proteger-se de outras espécies. Parece-me que a máxima “a união faz a força” já era muito bem compreendida pelos nossos ancestrais.

Vejam só, onde sustento meu argumento? Nas experiências mais modernas. Se em um mundo “civilizado” como o nosso uma simples discussão política pode levar a rompimentos de laços familiares e até a guerras, imaginem há cerca de milhões de anos! Por que diabos o Sapiens iria agir de forma diferente? É muito provável que quando Homo Sapiens e Homo Neanderthalensis se encontraram por diversas vezes em territórios partilhados, o Homo Sapiens tenha feito a primeira “limpeza étnica da história”. Não estou dizendo que acho correto, mas apenas apontando o que pode ser um fato.

Sugerindo respostas para a duas primeiras perguntas (o que aconteceu com todas essas outras espécies? E por que somente o Sapiens está aqui, dando continuidade à evolução?), eu proponho a explicação dos quatro parágrafos anteriores, o que me lança a terceira e mais provocadora das perguntas: Um dia o Sapiens também poderá sumir?

Se fosse responder com apenas uma palavra, eu usaria um “sim”. Acredito que sumiremos um dia, mas antes disso, iremos evoluir ainda mais. Primeiramente, iremos mudar o conceito de ética e depois quebraremos toda conexão que temos com a religião. Bem, pelo menos com o conceito tradicional que temos sobre religião. Não haverá distinção clara entre ciência e religião no futuro, se eu estiver correto. Se hoje já é difícil definir religião, em um futuro não tão distante, será mais complicado ainda.

Falarei mais sobre o assunto na segunda parte de “o mundo como representação daquilo em que ousamos acreditar ser verdade.”. Mas para iniciar a provocação e queima de massa cinzenta logo agora, eu diria que as religiões se tornarão obsoletas, nós precisamos agir rapidamente, e muitas profissões irão sumir. Temos tempo, mas teremos que ser mais rápidos. O sapiens já mudou sua própria história e você ainda nem se deu conta.

a intenção deste texto foi abrir caminho para um longa – não tão longa quanto a própria história do Sapiens – jornada com o intuito de abrir uma reflexão mais complexas sobre a história da própria humanidade.


E QUANDO ACABOU A ESCRAVIDÃO NO BRASIL?







No Brasil, a primeira tentativa de abolir a escravidão começou, até onde se pode datar, com Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido nos livros de história como o MARQUÊS DE POMBAL (e também como Conde de Oeiras). No caso deste, a abolição era referente à escravidão indígena (isso acontecendo em 1611).

Muita gente associa, erroneamente, escravidão no Brasil ao negro (tão somente). O que acontece é que, no caso dos africanos, já havia um comércio na própria África, organizado pelos próprios africanos (sim, os africanos escravizavam os próprios africanos). Os europeus (que também não eram lá tão bonzinhos assim) aproveitaram que o comércio já estava em pleno funcionamento e trouxeram homens já escravizados para trabalho não-livre nas Américas. (Não, não acho que isto tenha sido justo, mas aconteceu).


A MONARQUIA ACABOU COM A ESCRAVIDÃO DO NEGRO (E CAIU DEPOIS)


Anos depois, e o Brasil já como monarquia, dois políticos tiveram participação decisiva para com o fim da escravidão do homem negro do Brasil. Foram eles os políticos liberais Joaquim Nabuco (monarquista) e José do Patrocínio (republicano).

Joaquim Nabuco era um monarquista (e liberal) e radicalmente contra à escravidão. Ele atribuía à escravidão grande responsabilidade pelos problemas da sociedade brasileira na época (e estava certo). No entanto, ele entendia que tudo deveria se dar de forma pacífica (lembrem-se dos movimentos da época) e com a decisão sendo tomada pelo PARLAMENTO BRASILEIRO, seguindo as leis da primeira constituição do Brasil. Joaquim Nabuco, era, indubitavelmente, um excelente exemplo dentro da política brasileira, coisa rara na república (é só pesquisar e comparar).


A FAMÍLIA REAL


Dom Pedro II e a princesa Isabel também eram contra a escravidão, assim como Irineu Evangelista de Sousa (o Visconde de Mauá). Dom Pedro II (à quem costumo chamar de Pedro de Alcântara), era um homem moderno (para além de sua época) e cultíssimo, e sempre foi um abolicionista convicto. A própria família imperial brasileira não tinha escravos. TODOS OS NEGROS ERAM ALFORRIADOS E ASSALARIADOS, EM TODOS IMÓVEIS DA FAMÍLIA.


O FIM DO TRÁFICO NEGREIRO E A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, COMO CONHECEMOS NOS LIVROS DE HISTÓRIA, SE DEU MAIS OU MENOS ASSIM:

Lei Eusébio de Queiroz (aprovada em 1850);
Lei do Ventre Livre (1871);
Lei dos Sexagenários (1885);
Lei Áurea (1888) (assinada por Isabel Cristina, Bragança por nascimento e Orleães, por casamento)

Como no Brasil sempre imperou um pensamento lento e conservador, ao assinar a lei que “libertou os escravos” (a Lei Áurea), a Princesa regente Isabel praticamente acelerou - mas Dom Pedro II sabia daquele risco - a queda do Império do Brasil.

João Maurício Wanderley (barão de Cotejipe), que já havia sido Presidente do Conselho de Ministros, Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Fazenda, Ministro da Marinha, e Senador à época, declarou, quase que de forma profética:

"A SENHORA ACABOU DE REDIMIR UMA RAÇA E PERDER O TRONO"!

Em 1889, logo após o golpe que proclamou a República (Estados Unidos do Brasil), a família real foi expulsa do Brasil pelo governo que se instalaria como uma verdadeira ditadura positivista (“Ordem e Progresso”). Eis o perigo de defender (e colocar em prática) suas ideias publicamente no Brasil!

Por Bruno Coriolano

*Somente revelarei as fontes depois de um bom papo.

domingo, 20 de agosto de 2017

"somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros"



Umas das maiores falácias defendidas por alguns é a de que somos todos iguais. Na verdade, é o contrário: SOMOS SERES ÚNICOS, cada um com CARACTERÍSTICAS e APTIDÕES DIFERENTES. Querer negar isso é negar nossa própria natureza.

Não podemos querer que um peixe suba em uma árvore e retire seu próprio sustento dela. Seria ir contra sua própria natureza. Tampouco seria racional esperar que um pássaro vivesse nas profundezas do oceano.

Esse papo socialista de que "somos todos iguais" foi criado para colocar todos em uma falsa situação de igualdade: todos na miséria.

O problema é que para esse povo, e George Orwell já nos chamava a atenção, é que "somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros".

Enquanto eles colocam muitos em SITUAÇÃO ARTIFICIAL DE IGUALDADE, eles se tratam nos melhores hospitais, têm salários extraordinários e são blindados de qualquer punição, pois são tão iguais que estão acima das leis.

NÃO CAIA NESSA E NÃO TENHA MEDO DE FALAR O QUE PENSA!


Almeja conquistar algo? Lute por isso que você chegará lá. Se ficar parado, não vai sair do lugar. LUTE!


domingo, 13 de agosto de 2017

MARECHAL FLORIANO PEIXOTO: QUEM REALMENTE FOI? O QUE DE FATO FEZ?



Por Bruno Coriolano
13 de agosto de 2017


"Como receberia uma intervenção? De um único modo: à bala!"
(Floriano Peixoto)

Uma rápida pesquisa no Google e notamos um número bastante considerável de avenidas e ruas com o nome de Marechal Floriano Peixoto, ou simplesmente Floriano Peixoto. São Aproximadamente 603.000 resultados para “Avenida Marechal Floriano Peixoto” e mais 700.000 resultados para “Rua Marechal Floriano Peixoto”. E ainda temos cidades com o nome Marechal Floriano ou em referência ao mesmo.  

 A máxima “brasileiro tem memória curta” poderia ser uma boa explicação para tantas honrarias para tal figura histórica brasileira. Na verdade, poderíamos dizer mesmo que brasileiro, a grosso modo, desconhece sua própria história, ou, na melhor das hipóteses, confia na primeira coisa que lhe dizem.



Tal assunto poderia ser de pouquíssima relevância, afinal, quem iria querer levantar tal questão sobre um sujeito que morreu há 123 anos?

O fato é que, considerando o atual momento da história brasileira, nosso personagem entra para a mesma como o primeiro vice-presidente a assumir a República Federativa do Brasil. Isso mesmo, muita gente sabe que Floriano Vieira Peixoto, nordestino nascido em Maceió, foi presidente do Brasil, sem vice-presidente.

O que talvez muita gente não saiba – e ninguém tem obrigação de carregar tal informação consigo – é que o mesmo Floriano foi, na verdade, o primeiro vice-presidente também, assumindo o cargo de chefe de governo e chefe de Estado do maior país em extensão territorial da América Latina. Logo, não vá pensando que Michel Temer foi o primeiro vice-presidente do país a “aplicar um golpe” e assumir a presidência. A história do Brasil é bem mais recheada do que a TV e as páginas do Facebook andam lhe contando.  

No dia 23 de novembro de 1891, um homem descrito pelo escritor, tradutor e ilustrador Paulo Schmidt como um “homem de hábitos frugais, baixo, franzino, lacônico e impassível como seus ancestrais índios” assume o cargo máximo de líder dos brasileiros. Até aí nada de anormal, mas já nas suas primeiras atitudes antes do famoso golpe militar, sem participação popular, que primeiro derrubou a legitima monarquia brasileira e forçou o exílio imediato do Imperador Dom Pedro II e sua família, o que depois viria a consolidar o episódio patético que conhecemos como PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, se mostrara um completo covarde.



Floriano Vieira Peixoto, ajudante-general do exército brasileiro, traiu o primeiro presidente, o Marechal Deodoro da Fonseca, que hoje não passa de efígie na moeda de 25 centavos da segunda geração de moedas do Real e que também não fora eleito pelo povo presidente do Brasil. Floriano aliou-se ao Partido Republicando Paulista, partido que viria a sofrer traição dele mais tarde quando o novo presidente da república, e resolveu contrariar os ideais da legenda e centralizar o governo em torno de si próprio e não ceder autonomia aos estados brasileiros, que compunham a república federativa, o que dava legitimidade ao nome oficial da nação (República Federativa do Brasil).

Se tivesse parado por aí, Floriano Peixoto, sobretudo se considerarmos as atrocidades que seu antecessor e quase todos os sucessores viriam a cometer, poderia até ser considerado um santo. Santo não, um cavaleiro do apocalipse, no melhor dos cenários. Floriano tentou introduzir na política nacional uma figura que nunca existiu – e que até o ano de 2017 ainda não existe – a figura de salvador da pátria.



Autocrata, deteve todo o poder pela força, sob a desculpa de proteger o país contra inimigos que só existiam em sua cabeça desajustada. Como um verdadeiro autoritário, Floriano tentou regular todos os aspectos (economia, cultura...) da sociedade brasileira, chegando inclusive a determinar, em 1892, que a festa do carnaval fosse transferida para o mês de junho. A justificativa do grande sábio em questão era que a grande concentração de pessoas aumentava o risco de epidemias. Vários artigos de jornais da época traziam a revolta dos jornalistas, que alegavam que o novo presidente não queria a alegria do povo.

Isso tudo não foi nada comparado ao não comprimento do artigo 42 da primeira constituição republicana brasileira (ortogada em 1891), que versava sobre novas eleições para presidente da república, caso o presidente renunciasse antes de dois anos*. O que acontece é que o presidente que antecedera Peixoto, o já mencionado Deodoro da Fonseca, renunciara no dia 23 de novembro de 1891. Mas Floriano assumiu, e permaneceu no cargo, alegando que “a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República”, assim, anulando o decreto de dissolução do Congresso, além de trocar os governadores que apoiavam Deodoro.



O que sabemos hoje é que a única coisa que ele consolidou foi a perpetuação do próprio autoritarismo na política brasileira. As grandes marcas de tal crápula são perceptíveis na sua promoção de violência, desprezo pelas leis e pela democracia, atitudes completamente contrarias aos valores prometidos pela República.  

Floriano Peixoto então permaneceu no poder como presidente da República por 2 anos e 357 dias, enfrentando a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul com mão de ferro, o que, a grosso modo, o rendeu o único título que mereceu receber, “Marechal de Ferro". Título, na verdade, que não passava de um apelido pejorativo e que lhe rendeu a homenagem forçada de renomear a cidade catarinense Desterro (Originalmente denominada "ilha de Santa Catarina") para Florianópolis, belíssima cidade que não lembra em nada o Marechal de Ferro.

Lógico, nomear uma avenida com o nome de um “herói nacional” como este é um ato de grandeza. Duvido que até mesmo ele, em sã consciência iria imaginar um dia viver qualquer homenagem de um povo mais culto. No entanto, vivemos de fatos e não de imaginação. O carto mesmo é que pelo menos agora você já sabe quem foi Floriano Peixoto.

Para não alongar ainda mais o texto, resumo logo abaixo algumas curiosidades sobre o Marechal de Ferro.

------------------------------------
*Marechal Deodoro da Fonseca exerceu a presidência entre 15 de novembro de 1889 e 26 de fevereiro de 1891 na qualidade de chefe do Governo Provisório, que não possuía vice-presidente. Em 25 de fevereiro de 1891 foram eleitos, pelo Congresso Constituinte, o primeiro presidente e vice-presidente do Brasil, sendo formalmente empossados no dia seguinte.
---------------------------------------------------------------

CURIOSIDADES SOBRE FLORIANO PEIXOTO

  • Mandato como presidente: 1891 – 1894 (2 anos e 357 dias)
  • Apelidos: Marechal de Ferro, Caboclo do Norte e Tabaréu das Alagoas
  • Floriano ordenou o fuzilamento de 185 opositores ao seu regime e perseguiu a imprensa.
  • Floriano foi mencionado em obras diversas de escritores como Jorge Amado (O Cavaleiro das Esperança), mas possivelmente a obra que o melhor descreve é o romance de Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.
  • Quando foi eleito nas eleições constitucionais para eleger o primeiro presidente do brasil, Floriano não era candidato como vice de Deodoro. O que acontece é que eram eleitos presidente e vice, logo, um poderia não estar compondo o mesmo grupo do outro. Ambos foram eleitos de forma indireta.
  • Floriano Peixoto, teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) colocadas em circulação no Brasil entre 1970 e 1980 e na moeda de 2000 réis de 1939.
  • Floriano Peixoto seguia ideais positivistas e via a intervenção militar como uma oportunidade de garantir o progresso e a evolução da sociedade brasileira pelo regime republicano.
  • Além da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, Floriano também enfrentou, em 1893, a Revolta da Armada, que foi organizada por comandantes da Marinha que queriam a presidência e, portanto, ele fora do poder.
  • Floriano foi casado com sua prima Josina Vieira de Araújo Peixoto (1857- 1911). Ambos cresceram juntos, já que Floriano havia sido adotado como afilhado pelo pai de Josina, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Floriano teve oito filhos (Ana Peixoto, José Peixoto, Floriano Peixoto Filho, Maria Teresa Peixoto, José Floriano Peixoto, Maria Amália Peixoto, Maria Josina Peixoto e Maria Anunciada Peixoto.
  • Floriano não era de nenhum partido.

REFERENCIAS (sem formatação especifica)

COSTA, M. A História do Brasil Para Quem Tem Pressa. 2016.
FAUSTO, Boris, HISTÓRIA DO BRASIL, -13. Ed.-São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009
Redação. Floriano Vieira Peixoto - Biografia. UOL Educação. Consultado em 29 de junho de 2012
Schmidt, P. Guia Politicamente Incorreto Dos Presidentes da República. 2016
SCHWARCZ, L. M. STARLING, H. Brasil: Uma Biografia. Companhia das Letras. 2015.
Tiago Ferreira da Silva (17 de maio de 2010). Governo de Floriano Peixoto». História Brasileira. Consultado em 23 de junho de 2012
VIEIRA PEIXOTO, Artur, Biografia do marechal Floriano Peixoto, Volume 1 da Coleção “Floriano Memórias e Documentos”, 1ª edição, 1939, Edição do Serviço Gráfico do Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1939.

------------

Não tenho direito algum sobre as imagens que aparecem nesta postagem. Caso alguém saiba algo sobre os créditos, peço que me avisem, pois irei creditar cada uma delas. As mesmas foram retiradas da internet e estão aqui apenas para ilustrar a página.