domingo, 20 de agosto de 2017

"somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros"



Umas das maiores falácias defendidas por alguns é a de que somos todos iguais. Na verdade, é o contrário: SOMOS SERES ÚNICOS, cada um com CARACTERÍSTICAS e APTIDÕES DIFERENTES. Querer negar isso é negar nossa própria natureza.

Não podemos querer que um peixe suba em uma árvore e retire seu próprio sustento dela. Seria ir contra sua própria natureza. Tampouco seria racional esperar que um pássaro vivesse nas profundezas do oceano.

Esse papo socialista de que "somos todos iguais" foi criado para colocar todos em uma falsa situação de igualdade: todos na miséria.

O problema é que para esse povo, e George Orwell já nos chamava a atenção, é que "somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros".

Enquanto eles colocam muitos em SITUAÇÃO ARTIFICIAL DE IGUALDADE, eles se tratam nos melhores hospitais, têm salários extraordinários e são blindados de qualquer punição, pois são tão iguais que estão acima das leis.

NÃO CAIA NESSA E NÃO TENHA MEDO DE FALAR O QUE PENSA!


Almeja conquistar algo? Lute por isso que você chegará lá. Se ficar parado, não vai sair do lugar. LUTE!


domingo, 13 de agosto de 2017

MARECHAL FLORIANO PEIXOTO: QUEM REALMENTE FOI? O QUE DE FATO FEZ?



Por Bruno Coriolano
13 de agosto de 2017


"Como receberia uma intervenção? De um único modo: à bala!"
(Floriano Peixoto)

Uma rápida pesquisa no Google e notamos um número bastante considerável de avenidas e ruas com o nome de Marechal Floriano Peixoto, ou simplesmente Floriano Peixoto. São Aproximadamente 603.000 resultados para “Avenida Marechal Floriano Peixoto” e mais 700.000 resultados para “Rua Marechal Floriano Peixoto”. E ainda temos cidades com o nome Marechal Floriano ou em referência ao mesmo.  

 A máxima “brasileiro tem memória curta” poderia ser uma boa explicação para tantas honrarias para tal figura histórica brasileira. Na verdade, poderíamos dizer mesmo que brasileiro, a grosso modo, desconhece sua própria história, ou, na melhor das hipóteses, confia na primeira coisa que lhe dizem.



Tal assunto poderia ser de pouquíssima relevância, afinal, quem iria querer levantar tal questão sobre um sujeito que morreu há 123 anos?

O fato é que, considerando o atual momento da história brasileira, nosso personagem entra para a mesma como o primeiro vice-presidente a assumir a República Federativa do Brasil. Isso mesmo, muita gente sabe que Floriano Vieira Peixoto, nordestino nascido em Maceió, foi presidente do Brasil, sem vice-presidente.

O que talvez muita gente não saiba – e ninguém tem obrigação de carregar tal informação consigo – é que o mesmo Floriano foi, na verdade, o primeiro vice-presidente também, assumindo o cargo de chefe de governo e chefe de Estado do maior país em extensão territorial da América Latina. Logo, não vá pensando que Michel Temer foi o primeiro vice-presidente do país a “aplicar um golpe” e assumir a presidência. A história do Brasil é bem mais recheada do que a TV e as páginas do Facebook andam lhe contando.  

No dia 23 de novembro de 1891, um homem descrito pelo escritor, tradutor e ilustrador Paulo Schmidt como um “homem de hábitos frugais, baixo, franzino, lacônico e impassível como seus ancestrais índios” assume o cargo máximo de líder dos brasileiros. Até aí nada de anormal, mas já nas suas primeiras atitudes antes do famoso golpe militar, sem participação popular, que primeiro derrubou a legitima monarquia brasileira e forçou o exílio imediato do Imperador Dom Pedro II e sua família, o que depois viria a consolidar o episódio patético que conhecemos como PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA, se mostrara um completo covarde.



Floriano Vieira Peixoto, ajudante-general do exército brasileiro, traiu o primeiro presidente, o Marechal Deodoro da Fonseca, que hoje não passa de efígie na moeda de 25 centavos da segunda geração de moedas do Real e que também não fora eleito pelo povo presidente do Brasil. Floriano aliou-se ao Partido Republicando Paulista, partido que viria a sofrer traição dele mais tarde quando o novo presidente da república, e resolveu contrariar os ideais da legenda e centralizar o governo em torno de si próprio e não ceder autonomia aos estados brasileiros, que compunham a república federativa, o que dava legitimidade ao nome oficial da nação (República Federativa do Brasil).

Se tivesse parado por aí, Floriano Peixoto, sobretudo se considerarmos as atrocidades que seu antecessor e quase todos os sucessores viriam a cometer, poderia até ser considerado um santo. Santo não, um cavaleiro do apocalipse, no melhor dos cenários. Floriano tentou introduzir na política nacional uma figura que nunca existiu – e que até o ano de 2017 ainda não existe – a figura de salvador da pátria.



Autocrata, deteve todo o poder pela força, sob a desculpa de proteger o país contra inimigos que só existiam em sua cabeça desajustada. Como um verdadeiro autoritário, Floriano tentou regular todos os aspectos (economia, cultura...) da sociedade brasileira, chegando inclusive a determinar, em 1892, que a festa do carnaval fosse transferida para o mês de junho. A justificativa do grande sábio em questão era que a grande concentração de pessoas aumentava o risco de epidemias. Vários artigos de jornais da época traziam a revolta dos jornalistas, que alegavam que o novo presidente não queria a alegria do povo.

Isso tudo não foi nada comparado ao não comprimento do artigo 42 da primeira constituição republicana brasileira (ortogada em 1891), que versava sobre novas eleições para presidente da república, caso o presidente renunciasse antes de dois anos*. O que acontece é que o presidente que antecedera Peixoto, o já mencionado Deodoro da Fonseca, renunciara no dia 23 de novembro de 1891. Mas Floriano assumiu, e permaneceu no cargo, alegando que “a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República”, assim, anulando o decreto de dissolução do Congresso, além de trocar os governadores que apoiavam Deodoro.



O que sabemos hoje é que a única coisa que ele consolidou foi a perpetuação do próprio autoritarismo na política brasileira. As grandes marcas de tal crápula são perceptíveis na sua promoção de violência, desprezo pelas leis e pela democracia, atitudes completamente contrarias aos valores prometidos pela República.  

Floriano Peixoto então permaneceu no poder como presidente da República por 2 anos e 357 dias, enfrentando a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul com mão de ferro, o que, a grosso modo, o rendeu o único título que mereceu receber, “Marechal de Ferro". Título, na verdade, que não passava de um apelido pejorativo e que lhe rendeu a homenagem forçada de renomear a cidade catarinense Desterro (Originalmente denominada "ilha de Santa Catarina") para Florianópolis, belíssima cidade que não lembra em nada o Marechal de Ferro.

Lógico, nomear uma avenida com o nome de um “herói nacional” como este é um ato de grandeza. Duvido que até mesmo ele, em sã consciência iria imaginar um dia viver qualquer homenagem de um povo mais culto. No entanto, vivemos de fatos e não de imaginação. O carto mesmo é que pelo menos agora você já sabe quem foi Floriano Peixoto.

Para não alongar ainda mais o texto, resumo logo abaixo algumas curiosidades sobre o Marechal de Ferro.

------------------------------------
*Marechal Deodoro da Fonseca exerceu a presidência entre 15 de novembro de 1889 e 26 de fevereiro de 1891 na qualidade de chefe do Governo Provisório, que não possuía vice-presidente. Em 25 de fevereiro de 1891 foram eleitos, pelo Congresso Constituinte, o primeiro presidente e vice-presidente do Brasil, sendo formalmente empossados no dia seguinte.
---------------------------------------------------------------

CURIOSIDADES SOBRE FLORIANO PEIXOTO

  • Mandato como presidente: 1891 – 1894 (2 anos e 357 dias)
  • Apelidos: Marechal de Ferro, Caboclo do Norte e Tabaréu das Alagoas
  • Floriano ordenou o fuzilamento de 185 opositores ao seu regime e perseguiu a imprensa.
  • Floriano foi mencionado em obras diversas de escritores como Jorge Amado (O Cavaleiro das Esperança), mas possivelmente a obra que o melhor descreve é o romance de Lima Barreto, Triste fim de Policarpo Quaresma.
  • Quando foi eleito nas eleições constitucionais para eleger o primeiro presidente do brasil, Floriano não era candidato como vice de Deodoro. O que acontece é que eram eleitos presidente e vice, logo, um poderia não estar compondo o mesmo grupo do outro. Ambos foram eleitos de forma indireta.
  • Floriano Peixoto, teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) colocadas em circulação no Brasil entre 1970 e 1980 e na moeda de 2000 réis de 1939.
  • Floriano Peixoto seguia ideais positivistas e via a intervenção militar como uma oportunidade de garantir o progresso e a evolução da sociedade brasileira pelo regime republicano.
  • Além da Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, Floriano também enfrentou, em 1893, a Revolta da Armada, que foi organizada por comandantes da Marinha que queriam a presidência e, portanto, ele fora do poder.
  • Floriano foi casado com sua prima Josina Vieira de Araújo Peixoto (1857- 1911). Ambos cresceram juntos, já que Floriano havia sido adotado como afilhado pelo pai de Josina, o coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Floriano teve oito filhos (Ana Peixoto, José Peixoto, Floriano Peixoto Filho, Maria Teresa Peixoto, José Floriano Peixoto, Maria Amália Peixoto, Maria Josina Peixoto e Maria Anunciada Peixoto.
  • Floriano não era de nenhum partido.

REFERENCIAS (sem formatação especifica)

COSTA, M. A História do Brasil Para Quem Tem Pressa. 2016.
FAUSTO, Boris, HISTÓRIA DO BRASIL, -13. Ed.-São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2009
Redação. Floriano Vieira Peixoto - Biografia. UOL Educação. Consultado em 29 de junho de 2012
Schmidt, P. Guia Politicamente Incorreto Dos Presidentes da República. 2016
SCHWARCZ, L. M. STARLING, H. Brasil: Uma Biografia. Companhia das Letras. 2015.
Tiago Ferreira da Silva (17 de maio de 2010). Governo de Floriano Peixoto». História Brasileira. Consultado em 23 de junho de 2012
VIEIRA PEIXOTO, Artur, Biografia do marechal Floriano Peixoto, Volume 1 da Coleção “Floriano Memórias e Documentos”, 1ª edição, 1939, Edição do Serviço Gráfico do Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1939.

------------

Não tenho direito algum sobre as imagens que aparecem nesta postagem. Caso alguém saiba algo sobre os créditos, peço que me avisem, pois irei creditar cada uma delas. As mesmas foram retiradas da internet e estão aqui apenas para ilustrar a página.