Por
Bruno Coriolano
(31
de outubro de 2015)
Os países são separados por um imenso
oceano, mas alguma coisa ainda ligava aqueles povos. Tal coisa, no entanto, foi
se alterando com a ação social e do tempo. Os dois povos, que estavam, e ainda
estão, separados por um oceano: o Atlântico, se comunicam mais ou menos assim:
─ Tu falas purtuguêz, pá? Perguntou Manuel.
─ Não. Falo brasileiro! Respondeu Seu
Silva.
Manuel se entreolhou. Ficou sem ter o
que dizer porque não sabia exatamente como agir em situações como aquela. “Mas que
raios de resposta era aquela?” Pensou ele.
─ Tu falas ou não falas purtuguêz? Insistiu Manuel.
Com toda a sua arrogância de quem acha
que todos devem entender seus pensamentos fortes, Seu Silva até hesitou por um
instante, mas logo deu uma resposta firme:
─ Já falei que falo brasileiro, mas se
você falar sua língua de vagar, eu posso tentar entender, visse?
Aquela conversa estava ficando cada vez
mais desafiadora para Manuel. Mas o português, no entanto, já estava acostumado
com aquele tipo de gente.
─ Todos os dias, logo depois do pequeno
almoço, um de vocês me vem aqui falando essas grosserias. Tá fixi. Estou a
ficar sem paciência...
─ Mas se já está acostumado, por que
diabos ainda faz tanta pergunta besta, tchê? Quis saber Seu Silva.
─ Mas és... ora bolas... não sabes
que... e foi perdendo a paciência ainda mais.
Manuel abandonou o balcão e pediu para
que seu filho, Manuel Filho, fosse atender o moço. Parece que havia sim um
grande problema na comunicação dos dois, mas mesmo sem saber do que se tratava,
o filho foi lá tentar resolver o problema.
─ Tu falas purtuguêz, pá? Perguntou o
filho do Manuel.
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